terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quero ser um bom escritor


O conto do post abaixo me custou umas duas horas botando pra fora da cabeça toda a cena que eu tinha imaginado e planejado nos últimos dias. Quando decidi escrever esses contos pensei em duas coisas e uma delas foi a de aprofundar os personagens secundários porque quando a gente cria uma cidade inteira na ficção obrigatoriamente tem que criar os seus moradores. No meu caso eu fiz até demais!
Eu peguei como exemplo contrário tudo que eu já li e assisti que cometeu esse furo. Muita gente que vê/lê uma coisa pega amor por um certo personagem que não aparece muito, mas de vez em quando o autor acaba esquecendo dele e não dando um enredo paralelo satisfatório, quem dirá um final! Então essa série de contos vai se tornar meu "bloco de notas" dos personagens secundários (alguns protagonistas, tipo o Robie e a Diana, não são secundários mas vão ganhar um conto) que eu vou registrar aqui.
A outra coisa na qual eu pensei quando decidi escrever a série foi em algo mais prático pra mim, como autor. O romance tem dois tons de narrativa que não apresentam mudanças tão drásticas assim já que a estrutura não deixa de ser em primeira pessoa. Esse tom que falo está programada pra variar na segunda parte. Descomplicando, o texto vai mudar intencionalmente de tom conforme o personagem muda dentro da história abandonando uma visão imatura para se tornar mais seca, objetiva, talvez até ofensiva em alguns casos. Descomplicando mais ainda, o que o narrador chamava de "cocô" passará a chamar de "merda". Nos contos eu vou narrar em terceira pessoa e vou experimentar outras estruturas de narrativa e tom de acordo com o personagem e sua história. O do Robie, por exemplo, foi a narrativa de um momento sexual do romance e pra isso exigia uma visão passional, fantasiosa e erótica porque era isso que o personagem estava vivendo. Já no próximo conto, que será de um suicida que não consegue sentir nenhuma outra emoção além do "vazio existencial", a coisa se aprofunda na área filosófica. Vou me tornar um autor frio ao descrever os fatos, a parte emocional vai ficar por conta dos diálogos (quase sempre sobre uma visão sem emoção do personagem).
A mudança de tom e tipo de enredo sempre será de um conto pro outro e muitas vezes será bastante radical. Esse exercício vai ser registrado aqui. Opiniões e sugestões (falo pra aqueles que nem conheço que talvez passem pelo meu blog por acaso) estão sempre bem vindas, adoro receber elogios (quando o texto for bom) pelos meus escritos. Não sou um profissional mas quero escrever algo não só "bom", mas "muito bom".
*foto by flickr

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre alienação e criatividade


Mais uma vez relembrando de hábitos de quando eu tenho e quando não tenho internet.
Não sei se esse problema é só meu, mas quando minha internet "se vai" por algum tempo, de repente uma criatividade surge e eu fico aloka pra escrever. Escrevo pro meu romance em andamento (desde 2006 -q). As idéias surgem e a inspiração vem com a falta do que fazer - coisa bem de vagabundo haha. Pego os melhores filmes pra rever, vejo meus episódios preferidos de Skins, leio revistas, novas, antigas, femininas, adolescentes, renomadas(...).
Agora o desafio é fugir da alienação da internet e manter a criatividade e o entretenimento, sem um atrapalhar o outro. Força de vontade não era muito o meu forte, mas de uns tempos pra cá só tem acontecido quebra de maus hábitos na minha vida HOHO!.
Uma das minhas idéias recentes foi a de escrever crônicas pra complementar minha história em estilo de seriado (Skins). Cada uma dessas crônicas conta o dia de algum personagem coadjuvante o tendo como protagonista, mostrando sua vida em casa, na escola, com as outras pessoas e os sentimentos controversos em pontos diferentes da narrativa do romance. É uma forma legal de aprofundar os personagens secundários, dando uma história digna pra cada um. Vai que, sei lá, meu livro faça sucesso! Depois eu posso vender as crônicas também e tirar mais um dinheiro.
É muito divertido escrever, gostaria de ter a chance de fazer isso profissionalmente - HAHA, me imaginando ganhando dinheiro pra esccrever sobre o que eu gosto *-*. Pelo menos me orgulho de dizer que já sou um autor citado (H). Sou meloso e fico envaidecido quando elogiam meu "trabalho".
Então minha vagabundagem até que é mais bem vista do ponto intelectual (olha eu suavizando!), porque se todo "vagabundo" se dedicasse a escrever um livro, talvez teríamos mais coisas "loucas" (outras não, né?) e boas (ou não, né?) pra se ler.
Imagem: Flickr

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Beautiful


O médico lhe disse há anos atrás que ela estava doente
O médico lhe disse há anos pra tomar uma pílula
O médico disse há anos que ela ficaria cega se não se cuidasse

Eles deixaram Lisa ficar cega
O mundo estava sob seus pés mas ela estava olhando pra baixo
Eles deixaram Lisa ficar cega
Mas todo mundo que a conhecia, a achava linda

Mas levemente retardada
Linda, mas temperamental
Linda, mas levemente retardada
Linda

Ela achou divertido talvez tentar fotografia
Ela achou divertido talvez tentar pornografia
Ela achou que seria engraçado tentar qualquer coisa
Ela estava cansada de dormir

Eles deixaram Lisa ficar cega
Ela está parecendo uma rainha

Mas se soubessem o que está acontecendo em sua vida
Haveriam milhares de mães estéreis querendo falar com ela
Se soubessem o que está acontecendo em sua vida
Haveriam duzentos jovens confusos sentados
Pra conversar com ela
Se soubessem o que está acontecendo em sua vida
Já haveria um documentário na Radio 4

Belle and Sebastian - Beautiful

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Radical ou real?

Abrindo uma nova categoria no blog dedicada à filosofia. Algumas pérolas merecem ser lembradas e pra começar um pensamento radical de quem procura uma fuga pra tantos problemas pra uma só vida, uma pérola da Cassie *-*Cassie: Chris e Jal... Jal e Chris. Mais casais. Mais e mais casais. Você já se apaixonou?
Jal: Acho que não.
Cassie: Quer que eu descreva pra você?
Jal: Pode ser.
Cassie: Se lembra de quando me levou na ambulância depois que tentei me matar?
Jal: Claro.

Cassie: Sentir amor é daquele jeito.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Back




Quando eu fico sem internet sou obrigado a achar outros modos de me distrair em casa pra suportar o tédio que é essa vida. Depois de assistir quase todos os filmes que já baixei, a maioria dos episódios de Skins e ler alguns e-books consegui reemplacar como *errrr* romancista. Penso que estou me dando bem. Penso. Só.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia de casal

Hoje é dia dos namorados. Aquela coisa que boa parte dos solteiros odeiam e evitam a todo custo. Eu já odiei essa data mas... isso é passado - HAHAHA *exentricidade*. Vou usar o post pra mostrar os meus casais preferidos em várias categorias:A primeira de todas é a categoria vida real <3

Lola ( Victoria Abril ) e Carmen ( Penelope Cruz ) as duas entidades, céu e inferno respectivamente, de Sem Notícias de Deus formam um casal de um patamar espiritual muito engraçado por sinal

Régine e Win do Arcade Fire, a união resultou em grandes músicas

Lisa e Milhouse, relações que "começam" na infância são engraçadas

Effy e Freddie, praticamente uma relação sádica da parte dela mas o amor falou mais alto

Não é casal, é trio... fato que Matthew gostava dos gêmeos igual, o filme só cortou algumas partes que provava isso ¬¬

Joe e Clementine provaram que o amor deles era maior do que as diferenças

Os policiais de Bansk *-*

Rony e Hermione cresceram juntos passando pelas infantilidades do amor, negando em algumas partes e aceitando em outras

Oskar e Eli pra mostrar que amor infantil é puro o menino não se importa dela ser uma vampira

Bom, é isso. Quem tem seu par hoje é dia de abraçar, beijar, comer chocolate... pra quem é solteiro o negócio é fingir que é um dia comum e pegar alguns filmes de terror.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rock´n Roll, Sexo e Islã


Ser rebelde dentro de uma sociedade conservadora no oriente médio é algo muito difícil de se lidar. O problema é que mais difícil ainda é ser aceito numa sociedade "liberal" sem ter nascido dentro dela. Esse e outros dilemas são mostrados de uma maneira tão clara e concreta no meu mais novo filme preferido, Persepolis.
Não vou eu mesmo fazer um resumo da história porque senão vou me exceder. Quando eu empolgo com um filme é assim mesmo, então aqui vai a sinopse do Making Off e depois minhas considerações:
"Teerã 1978: Marjane, de oito anos, sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduziram à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islãmica inaugura a era dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, sonha em se transformar numa revolucionária. Pouco depois, a cidade é bombardeada durante a guerra contra o Iraque. Com as restrições impostas pelo conflito e o desaparecimento rotineiro de membros da família e entes queridos, a repressão torna-se cada dia mais severa. Como o ambiente fica cada dia mais perigoso, a rebeldia de Marjane sugere um grave problema. Seus pais decidem mandá-la para a Áustria, para sua própria proteção. Em Viena, Marjane vive outras revoluções aos 14 anos: adolescência, liberdade e o peso do amor mas, além de toda a também excitação, vem também a sensação de exílio e solidão e o gosto amargo de estar à margem da sociedade."


É uma sensação legal ver pessoas da sociedade islamica diferente do que se é mostrado nos meios, é uma visão mais realista. O próprio filme é baseado numa história real. A família de Marjane e outras pessoas modernas vão a festas clandestinas e compram bebida alcoólica contrabandeada - o Regime Islâmico proibia alcool. São comportamentos que os aproximam da sociedade do ocidente mas quando Marjane vai pra Viena aquela liberdade que tanto buscava havia custado caro: a sensação de estar sozinha e incompreendida além de tudo aquilo não ter o mesmo valor que em sua sociedade.
A animação em preto e branco impecável ajudam a deixar as coisas mais obscuras. Uma pena o filme ter perdido o Oscar pra um desenho infantil. Persepolis é uma obra prima muito inteligente e eu quero ver de novo o quanto antes. Última consideração: anos 80 *-*
Persepolis (2007)
Gênero: Animação, Comédia, Drama
Diretor: Vincent Parannaud, Marjane Strapi
País: França
Fonte: Making Off

terça-feira, 2 de junho de 2009

Os filhos de Skins



Tão dizendo por aí que vai sair um livro e um filme de Skins. Não aceito isso como boa notícia porque o que não falta no cinema é fracasso de adaptação de série. O co-criador jura que vai ser coisa boa.
Normal um produtor dizer que seu produto vai ser bom pra tentar incentivar os fãs mesmo que esteja contando uma mentira, mas eu tenho um pouco de confiança no Sr. Brittain. Os motivos não são muitos. Na verdade agora só consigo pensar em um único: o fato de que eles ( os produtores da série, do Chanel 4 ) tiveram a oportunidade e a liberdade de criar algo ousado, baseado em coisas que aconteceram nas suas vidas e eles não são tão velhos, sua adolescência foi no final dos anos 90; além de contarem com um grande time de roteiristas, alguns são adolescentes mesmo.
Eu só espero que esse grande número de produtos relacionados a série não a estraguem porque além do livro e do filme ainda tem a versão americana, já em produção. Pelo menos nessa eu tenho mais confiança já que é a HBO que tá produzindo.
Na mesma entrevista em que li essas notícias também saiu que a produção da 4° temporada já tá rolando, as gravações começam em julho, fora outros detalhes que fã adora saber. Skins deixa saudades quando acaba.
=/

sábado, 30 de maio de 2009

Filosofia do Sangue


Lestat é mesmo uma figura. Quer ser santo! (sério), tem seus princípios e não gosta de ser visto como uma criatura má pelos vampiros e mortais com quem convive.
Na Fazenda Blackwood Lestat estava vivendo confortavelmente com Quin Blackwood, por quem estava apaixonado. Quin, por sua vez, um vampiro recém transformado, não queria se desapegar da família mortal mesmo agora que havia se tornado um vampiro mantendo segredo de sua verdadeira condição para os parentes e empregados da mansão.
Tudo estava bem até o aparecimento da jovem Mona Mayfair, ex namorada de Quin, muito doente, à beira da morte. Ela consegue fugir do Centro Médico Mayfair, onde estava internada a dois anos em situação crítica para morrer ao lado do homem que amava. Quin fica muito abalado e decide transforma-la em uma vampira. Como nunca tinha transformado alguém antes pede para que Lestat o faça.
Com o despertar pra nova vida, Mona se sente mais determinada em sua vontade de descobrir a verdade sobre um segredo familiar envolvendo sua filha desaparecida com um povo chamado de Taltos. Então a história dos vampiros se cruza com a dos bruxos Mayfair cuja trajetória repleta de segredos e poder se esconde por trás de uma família muito bem sucedida no mundo todo com suas empresas multimilionárias.
É uma história boa de se ler. Anne Rice aqui segura um pouco a ação pra mostrar seus temas filosóficos que caracterizam seus vampiros. Por exemplo o fato de Lestat ser fascinado pela ideia da redenção, de ser um ser provido de uma forte espiritualidade e passar os seus valores para os seus companheiros imortais, Mona e Quin, ensinando-lhes seus princípios básicos - um deles é que só se deve se alimentar da escória marginal da sociedade. Além disso ainda tem a súbita paixão pela bruxa Rowan Mayfair que o conquista de maneira misteriosa num jogo de entregar e recuar de ambas as partes.
Cântico de Sangue é a última Cronica Vampiresca. Anne Rice mostra mais uma vez seus sofisticados vampiros com sua eterna luta pra sobreviver na eternidade, com sua filosofia própria, com seus detalhes que fazem com que o leitor pense como um vampiro.
Já encontrei um site de download com todas as crônicas. Comecei pela última mas já já vou pra primeira, Entrevista Com o Vampiro. Os autores são incríveis quando criam um mundo todo com detalhes, sem deixar passar brechas. Anne Rice é uma delas, vale a pena conhecer esse mundo de imortais que não são clichês como aqueles vampiros que estamos acostumados a ver no cinema. Recomendado.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Os zumbis de LaBruce



Eu não queria fazer duas postagens seguidas sobre filmes mas não vai dar. Vamos lá.
Não sou muito chegado em filmes de terror porque grande parte do que é feito hoje ( e num passado não tão distante ) vem do lado B ou C ou D (...) do cinema. Muito preocupados em mostrar sangue e morte, os filmes deixam de lado o roteiro tornando a coisa toda bem previsível. O povo gosta, fazer o quê?!
Em compensação não é todo mundo que gosta de coisas trash. Eu gosto. E ontem assisti Otto, Or Up With Dead People, do LaBruce. O filme mistura zumbis, gays, muito sangue, um pouco de sexo, política e clichês intencionais do mundo undergrownd.
Medea é uma cineasta gótica, está produzindo um filme chamado Or Up With Dead Peoples a 6 anos com a ajuda do seu irmão Adolf e de sua namorada Hella - curiosamente Hella só é mostrada em preto e branco e sua voz não é ouvida, em todas as cenas em que ela fala aparece uma tela preta com uma legenda em seguida, como se ela vivesse em um filme do cinema mudo.
Enquanto isso Otto, um zumbi que não sabe quem é e nem de onde veio, vaga em direção a Berlim. Tendo dificuldades de conviver com a sociedade ele se abriga num parque de diversões abandonado até que encontra Medea que vê no rapaz o sentimento que procurava pro seu filme. Então ela pede pra que Fritz, ator principal, cuide de Otto até o final da produção o abrigando em sua casa.
Conforme vaga pelas ruas da cidade, Otto vai tendo vagas memórias de quem ele era, inclusive de que tinha um namorado, que trabalhava num açougue e que era vegetariano - motivo pelo qual ele não gosta de carne humana, só da de animais - o_O!.
LaBruce fez um trabalho muito criativo enriquecendo o tema zumbi com sua crítica suave ( neste caso em particular eu achei ), uma fotografia maravilhosa e um roteiro simples. Mas de todo jeito Otto, Or Up With Dead Peoples não é pra todo mundo. Dentro dessas qualidades que eu citei acima há cenas de muito sangue, nudez e sexo explícito. Nada que uma pessoa de mente aberta se importe tanto, né?
;D
Otto, Or Up With Dead Peoples (2008)
Gênero: Terror, Drama, Comédia
Diretor: Bruce LaBruce
Fonte: Making Off

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Uncult is cool



Bem, eu tenho bastante tempo livre desde uns dois anos atrás - não vou ficar citando meus fracassos pessoais aqui hahaha! - e agora eu resolvi aproveitar pra conhecer melhor as coisas que eu gosto de assistir.
Muita gente tem mania de citar diretores, dizem que eles são um máximo mas não viu mais de um ou dois filmes do mesmo. Eu já fiz isso algumas mas essa fase cool passou. É muito fácil encontrar fulano citando Fellini, Nouvelle Vague, Expressionismo Alemão, Nietzsche, Woody Allen (...) e na verdade nem gosta ou não entende...
Pra não dizer que eu sou fake, tudo que cito eu gosto e eu não gosto de grande parte dos clássicos - na verdade não tenho muita paciência pra ver, existem coisas muito cansativas no cinema e os clássicos são uma delas - e não gosto de filosofias complexas. Porque dizer que aquilo é mais profundo do que isso, ou que isso tem mais conteúdo do que aquilo? Tudo tem seu proveito, nem que seja pra divertir, tipo funk proibidão!
É, eu gosto de filosofia barata, filosofia high school, coisa e tal desde que seja bem feita e sim, existe muita gente que sabe fazer a coisa bem feita. Vejamos a escola de cinema austríaca com seu olhar "indecente" sobre temas como violência, tensão e sexo com grandes nomes como Haneke e Spielmann. Ou a escola subversiva e ousada de Labruce, John Cameron Mitchell. Outros chocantes em grau um pouco menor como Gus Van Sant, Gregg Araki, Bertolucci. Ainda tem as comédias de humor negro de Almodóvar.
Em controvérsia nem é preciso parar e pensar muito que isso é o "novo clássico", porém, o público tá ficando cada vez mais difícil de se impressionar com essas fórmulas. É bem provável que esse "cinema que choca" daqui uns tempos não choque mais. Um bom exemplo é Funny Games de 1998 e o Funny Games de 2007. Haneke aceitou fazer uma versão americana da sua obra prima com a condição de que pudesse filmar todas as cenas. Olha que esse é um filme em que muita gente não consegue terminar, ou então faz pausas enquanto assiste pra digerir melhor. Porém já li gente dizendo que o público não se surpreende mais tanto assim. Não deve ser bem assim, afinal, não é todo mundo que tem estômago de ferro e sangue de barata mas as coisas estão caminhando lentamente por aí. As fórmulas vão mudando e novos clássicos vão surgindo.

terça-feira, 19 de maio de 2009

América América!

Bem, não é só de Inglaterra que meus ouvidos sobrevivem ( neste momento escutando os novaiorquinos do Young Love ), tanto que no post sobre bandas inglesas também foram citadas bandas americanas - dessa vez, nas entrelinhas, eu cito as canadenses haha!
Enquanto os ingleses faziam sua música, os americanos faziam as deles paralelamente, grande parte inspirada no que surgiu lá do outro lado do oceano, misturando suas próprias influências, dando seu toque pessoal. Desse modo surgiram misturas de rock com cowntry, algumas reciclagens dos eletrônicos dos anos 80, outras do blues, progressivo e por aí foi.
Aqui vão minhas citações que também servem como indicações do que eu considero bom:
Jenny Lewis possui uma das minhas vozes femininas preferidas, potente como daquelas cantoras de cowntry do Texas, é vocalista da banda Rilo Kiley que mistura indie rock com cowntry, blues, jazz

The Killers começou com algo de 80´s com seus sintetizadores no Hot Fuss, no 2° disco fez algo mais agressivo, lançou a moda (horrível!) do bigodinho, e agora no Day & Age mistura um pouco de um e de outro. O Brandon deixou a fama subir a cabeça mas não deixa de ser...

The Decemberists fazem música poética, uma mistura de rock e folk, muitos instrumentos e o Colin Meloy é dono de uma das minhas vozes preferidas.

Som bem cru, riffs pesados de guitarra e um vocal feminino marcante. Be Your Own Pet já foi comparado com Yeah Yeah Yeahs pela voz das vocalistas serem parecidas, assim como o modo que cantam.

De Nova York, Interpol foi uma das bandas que levantou a bandeira Joy Division de ser nos EUA, a voz do Paul Banks tem sua semelhança com do Ian, fora a música com arranjos de baixo em evidência. O som mudou um tantinho no último álbum, Our Love to Admire, mas foi pouquinho mesmo.

Kings of Leon tem uma pegada dos rítimos negros americanos, o próprio vocalista tem uma voz de barítono do blues com seus gritinhos em algumas músicas.

Death Cab Fot Cutie se tornou famoso depois do seriado The O.C., por ser a banda preferida do Seth Coen. Visual nerd, as músicas deles são simplesmente uma mais LINDA do que a outra. São donos da música que eu considero como minha preferida, Lightness.

Fora essas ainda tem muito mais. Assim como fiz com o post das bandas inglesas fui pegando as primeiras da minha lista no lastfm. Pra quem não conhece aqui fica a dica e se deixei alguma de fora pode comentar.

domingo, 17 de maio de 2009

Amor, estranho amor de verdade


Às vésperas de começar a 3° temporada de Skins eu já estava super animado porque a protagonista seria a Effy, de quem eu gostava desde as duas primeiras temporadas, apesar de ter sido pouco abordada nelas. Quando saiu o primeiro episódio gostei de cara de todo o novo elenco fora a Panda e a Effy que já estavam.
Ao longo dos episódios Effy se mostrou o que eu imaginei mesmo que fosse: uma garota sensível por trás de uma fantasia de "gostosona misteriosa", como diz o JJ no último episódio. O que ela faz quando nota que poderia ter um interesse maior do que ela mesma se permitia por Freddie? Veta o coitado pegando o melhor amigo dele, o escroto do Cook. Sempre que ela baixava a guarda pros seus sentimentos se punia e mais ainda o coitado do Freddie. E assim segue até quase no final, quando ela decide passar por cima dos traumas de sentimentos, vendo que se não fizesse alguma coisa perderia Freddie de vez, só que, justo nessa hora ela chega no fundo do poço - não vou dar spoiler.


Mas o casal marcou, apesar de não ganhar em preferência do verdadeiro melhor casal de todos, Emily e Naomi, e eu já tô com saudades porque até janeiro que vem restam muitos meses.
"Effy: Quer um trago?
Tony: Me deixa Estranho.
Effy: O quê? Mais estranho que isso?
Tony: Foda-se.
Effy: Por que se incomodar?
Tony: Com o quê?
Effy: Se importar com as pessoas.
Tony: Você não me engana, Effy Stonem."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Amor de longa data


Estava eu procurando uma imagem pra ilustrar meu post sobre Harry Potter quando encontro um site com textos (aqui e aqui) que diziam que a história era uma forma de introduzir as crianças ao satanismo por conta dos símbolos, objetos e enredo da história. E eu perdi meu tempo lendo. Mas devo confessar que não foi perda total porque as acusações que eu li são todas infundadas.
O cara que escreveu pegava certos trechos do livro como:
"Você acha que os mortos que amamos realmente nos abandonam? Acha que não nos lembramos deles claramente do que nunca nos momentos de grande dificuldade?... Sabe, Harry, de certa forma você viu seu pai na noite passada... Você o encontrou dentro de si mesmo." (Lupin para Harry em Prizioneiro de Azkaban)
que, segundo o autor, se interpreta:
"Esse ensino é feitiçaria padrão, que ensina que ninguém nunca morrer, apenas passa para outra dimensão; nessa dimensão, os vivos podem contactar os mortos. A autora ocultista Alice Bailey canalizando as mentiras de seu demônio, Mestre D.K., escreveu: ... a reencarnação é uma lei básica da natureza... a morte não existe.. a morte da forma física é um fator desprezível... e que é facilmente corrigido novamente por meio do processo do renascimento e de uma nova oportunidade."
Ou ele não terminou de ler o livro ou realmente não foi capaz de entender o verdadeiro significado desse diálogo, afinal, Lupin fala que os mortos que amamos se fazem presentes através das lembranças ou de características que se tem em comum com eles. Em nenhum momento Harry entrou em outra dimensão - tirando em Relíquias da Morte, ? - e viu o seu pai. Isso porque esses textos foram escritos antes do público tomar conhecimento das horcruxes. Imagina só o prato cheio que seria pra esse cara escrever um texto sobre uma magia negra que passa um pedaço da alma pra um objeto!
ENFIM, não é sobre isso que eu queria falar. Sim, eu praticamente comecei a ler com Harry Potter, no ensino fundamental. Uma amiga tinha pego emprestado os livros com uma prima, eu vi e me interessei. Meu pai então me comprou A Pedra Filosofal e pronto! Fez-se a mágica, uma semana depois estava eu insistindo pra ele me comprar A Câmara Secreta. Assim os anos foram passando, veio a emoção de esperar o lançamento dos livros seguintes, decepções com as adaptações pra cinema, leitura de traduções não-oficiais na internet e, finalmente, Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Dizem que Harry Potter é literatura lixo, comercial, infantil, etc... mas e se for? Isso torna a história menos grandiosa e criativa? Cresci lendo e amando Harry Potter e não tenho vergonha de confessar e discutir com aqueles que não conhecem e criticam. E, valores satânicos? O personagem Harry Potter aprende que o mal se combate com laços de amor e confiança, que a força se encontra nos amigos e que a morte não é algo a se temer, é apenas uma etapa, sim é um valor bem cristão. Além do mais, quem é o vilão da história? Lord Voldemort, um homem cujo seu maior medo não é outra coisa senão a morte. Já Harry chega a todas as respostas que precisava quando aceita a morte - em Relíquias da Morte. Algo a se pensar melhor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Salve a Rainha

Se existe reencarnação eu vivi na Inglaterra durante o final da década de 70 e lá pra metade de 80. Uma colega já até me disse que eu pareço um jovem inglês boemio com minha cerveja e cigarro num bilhar chamado Bilhar Brasil!!! Além desses detalhes ainda tem outra coisa da Inglaterra com a qual me identifico. Música, lógico.
Tipo que 90% da música que eu gosto começou lá, cresceu e hoje em dia deixou sua marca através das bandas de hoje que seguem essa mesma linha. Desde os eletrônicos de Depeche Mode ao The Killers com Hot Fuss ( que não é inglês ) até Joy Division ao Interpol (também não inglês) de hoje.
Pra quem não gosta, muitas dessas bandas podem parecer iguais. Já pra quem ouve, sabe que cada uma tem uma característica marcante diferente.
Legal também é que as vezes, além de música boa, você limpa as vistas.
Maxïmo Park, música "dançante" + a voz do cara = *-*

White Lies, que não deixa o pós punk morrer e posso dizer com certeza que foi meu achado musical de 2008, se manterá no meu mp3 por muitos anos

The Wombats, me lembra Maxïmo Park, a diferença aqui é que a música deles é mais "hiperativa"

Razorlight, a música tem um clima um pouco obscuro, o vocalista é...

Arctic Monkeys, claro, música "crua", vou falar mais nada dele(s) porque senão eu apanho do "patrão"!

The Maccabees, a voz do Orlando W. é uma das minhas preferidas ( e lembra muito a do Robert Smith, The Cure) tanto que eles são minha top no lastfm
Isso é só um tantinho que tirei da lista do meu lastfm de 1 a 20 porque se eu fosse colocar o resto a página não ia carregar nunca.  Deus realmente salve a Rainha porque meus ouvidos agradecem pelo legado musical inglês que venho adquirindo.

domingo, 10 de maio de 2009

Inoscentes... -n

Eva Green como Isabelle em The Dreamers
A Eva se tornou uma das minhas atrizes preferidas principalmente por causa do filme The Dreamers (2004), primeiro longa que a moça fez tendo antes trabalhado só no teatro. Olha que estrear no cinema em um filme do Bertolucci não é pouca coisa não. Algumas pessoas dizem que o diretor encontrou em Eva aquilo que ele procurou pra personagem da Liv Tyler em Stealing Beauty (1996). Beleza Roubada com Eva com certeza seria um máximo mas a Liv não é menos linda e nem menos qualificada pro papel.Liv Tyler como Lucy em Stealing Beauty

Ontem eu estava assistindo Altas Horas com a Mel Lisboa e notei uma leve semelhança entre ela e a Eva. Acho legal o trabalho dela, só é uma pena que não tenha conseguido bons papéis na televisão desde Presença de Anita (2001), outra personagem de aparência inoscente porém com grande apelo sensual.
Mel Lisboa

sábado, 9 de maio de 2009

Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência

Meus personagens preferidos dos filmes, livros e séries sempre são muito peculiares. É uma pena eu ainda não ter conseguido criar algum assim mas eu já tentando! Recentemente quem tem ocupado o meu top de personagens preferidos é a Cassie <3, class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">Skins. A personagem saiu no final da segunda temporada mas foi extremamente marcante pelo seu jeito de ser e os acontecimentos - que acabaram se tornando os grandes ganchos das duas primeiras temporadas - que a envolviam.
Além da personagem sofrer de bulimia, passa por mais transtornos do que os outros durante duas temporadas. Eu ficava todo choroso com as coisas que aconteciam com ela. Não consigo descrever nem metade da grandiosidade da Cassie já que, mesmo assim, tá sempre com um sorriso no rosto, um coração muito grande e sempre ajudando qualquer um que precise. Desmentindo sua aparência "aluada" e extremamente tranquila, é muito atenta as coisas que se passam com as pessoas a sua volta com o seu dom de perceber o que está além do que os olhos vêem.
Logo no primeiro episódio notei a semelhança dela com uma outra personagem que também tá no meu top, a Luna Lovegood. Primeiro pela aparência excêntrica das roupas, seguido pelo jeito "aluado", logo depois, quando Cassie fala pro Sid que sabia que na verdade ele amava Michelle mostra o seu lado perceptivo. Luna é exatamente assim, sendo um consolo nas situações críticas das quais participa ao longo da história ao mesmo tempo que, para quem não a conhece, uma piada. Pra mim, dois momentos em especial da Luna se destacaram: uma das partes finais do livro A Ordem da Fênix quando ela consola Harry pela morte do Sírius e a outra, pra mim uma das mais tristes da série, em Relíquias da Morte no seu discurso durante o enterro do Dobby.
 Pode parecer bobagem eu tratar personagens com tanta seriedade mas eles realmente me marcam e, sinceramente, fico feliz de, no meio de toda ficção que eu já vi e li, ter conhecido a história dessas duas que poderiam ser a mesma personagem só que em histórias diferentes. desconfio seriamente que Cassie foi inspirada em Luna. Tá aí uma pergunta que eu faria se tivesse chance pra um dos roteiristas.
Além de tudo se parecem fisicamente:
"A garota ao lado da janela ergueu os olhos. Tinha cabelos louros, sujos e mal cortados, até a cintura, sobrancelhas muito claras e olhos saltados, que lhe davam um ar de permanente surpresa.[...]" (Harry Potter e a Ordem da Fênix, pag. 155)


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ele é fodão mas eu sei que eu sou também



Pra quem gosta de crônicas junkies - ou não junkies, só pervertidas mesmo - a dica de blog é a de um gato - em especial MEU HAHAHAHAHA!
São os primeiros textos dele. Não é só porque é namorado que eu faço propaganda não. Ele tem talento, por isso eu amo <3.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

This is England

Não sei porque mas de alguma forma a cultura skinhead me atrai (um pouco). Não sou simpatizante da causa - muito pelo contrário! longe de mim... -, o que eu gosto mesmo é dessa coisa que eu chamo de "cultura de rua", o skinhead - como góticos, indies, punks e afins - está dentro disso.
Dentro desse estilo o que eu mais gosto é do visual: camisa, suspensório, jeans colado e botas. Até ontém era uma das poucas coisas que eu sabia sobre eles até que assisti um filme chamado This is  England.
O filme conta a história real de, Shaun, um garoto inglês de 12 anos que perdeu o pai na Guerra das Maldivas e sofre bullying na escola. No início das férias de 1983 ele se encontra quando faz amizade com um grupo skinhead do bairro. Com os novos amigos ele se sente aceito e feliz, começa a se enquadrar na estética do grupo ( raspa o cabelo, começa a usar suspensório e insiste pra que a mãe compre uma bota Dr. Martens!). No início tudo não passava de brincadeiras, jogos de futebol e festinhas particulares até a chegada de um antigo membro da gangue, Combo, recém saído da prisão. Ali começa o conflito pois Combo começa a passar para o grupo uma ideologia racista. Em uma cena muito tocante, ele descreve um prisioneiro negro que o importunava de forma bastante preconceituosa, ofendendo a todos mas principalmente um dos colegas, cuja família era da Jamaica criando em seguida um rompimento no grupo.
Basicamente o filme mostra como os skinheads foram aderindo ao preconceito racial através de partidos de extrema-direita como o Nacional Front. Em outra cena os integrantes que se uniram a Combo assistem uma reunião do partido incitando o racialismo, culpando os imigrantes de serem os responsáveis pela crise econômica que o país vivia na época.
O diretor Shane Meadows se inspirou na própria infância para escrever o roteiro. Fantástico, me emocionou várias vezes. Destaque também pra trilha sonora com vários clássicos do reggae jamaicano e outras bandas da época.
Pra quem quiser conhecer mais sobre o início dos skinheads o filme é uma boa. Li muitas opiniões - suspeito eu de skinheads - que dizem que o filme mostra o verdadeiro movimento: do culto ao futebol, cerveja e diversão antes das más influências políticas de extrema-direita que acabou se consolidando e se intensificando dentro do grupo tornando o que ele é hoje.

This is England (2006)
Diretor: Shane Meadows
Gênero: drama
País: Grã-Betanha
Fonte: Makingoff

Um poudo do que eu gosto


Bem, entrando no mundo do blogspot pra postar sobre coisas que eu gosto como: filmes, bandas, músicas, inutilidades e afins.
Não espero conquistar muitos leitores, então isso aqui vai ficar mesmo como um deposito de opiniões sobre isso que eu citei acima. A verdadeira finalidade é fazer um tipo de depósio de coisas idiotas... ou não.
Bom, é isso aí.
=]