terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quero ser um bom escritor


O conto do post abaixo me custou umas duas horas botando pra fora da cabeça toda a cena que eu tinha imaginado e planejado nos últimos dias. Quando decidi escrever esses contos pensei em duas coisas e uma delas foi a de aprofundar os personagens secundários porque quando a gente cria uma cidade inteira na ficção obrigatoriamente tem que criar os seus moradores. No meu caso eu fiz até demais!
Eu peguei como exemplo contrário tudo que eu já li e assisti que cometeu esse furo. Muita gente que vê/lê uma coisa pega amor por um certo personagem que não aparece muito, mas de vez em quando o autor acaba esquecendo dele e não dando um enredo paralelo satisfatório, quem dirá um final! Então essa série de contos vai se tornar meu "bloco de notas" dos personagens secundários (alguns protagonistas, tipo o Robie e a Diana, não são secundários mas vão ganhar um conto) que eu vou registrar aqui.
A outra coisa na qual eu pensei quando decidi escrever a série foi em algo mais prático pra mim, como autor. O romance tem dois tons de narrativa que não apresentam mudanças tão drásticas assim já que a estrutura não deixa de ser em primeira pessoa. Esse tom que falo está programada pra variar na segunda parte. Descomplicando, o texto vai mudar intencionalmente de tom conforme o personagem muda dentro da história abandonando uma visão imatura para se tornar mais seca, objetiva, talvez até ofensiva em alguns casos. Descomplicando mais ainda, o que o narrador chamava de "cocô" passará a chamar de "merda". Nos contos eu vou narrar em terceira pessoa e vou experimentar outras estruturas de narrativa e tom de acordo com o personagem e sua história. O do Robie, por exemplo, foi a narrativa de um momento sexual do romance e pra isso exigia uma visão passional, fantasiosa e erótica porque era isso que o personagem estava vivendo. Já no próximo conto, que será de um suicida que não consegue sentir nenhuma outra emoção além do "vazio existencial", a coisa se aprofunda na área filosófica. Vou me tornar um autor frio ao descrever os fatos, a parte emocional vai ficar por conta dos diálogos (quase sempre sobre uma visão sem emoção do personagem).
A mudança de tom e tipo de enredo sempre será de um conto pro outro e muitas vezes será bastante radical. Esse exercício vai ser registrado aqui. Opiniões e sugestões (falo pra aqueles que nem conheço que talvez passem pelo meu blog por acaso) estão sempre bem vindas, adoro receber elogios (quando o texto for bom) pelos meus escritos. Não sou um profissional mas quero escrever algo não só "bom", mas "muito bom".
*foto by flickr