terça-feira, 13 de abril de 2010

Rumo à tragédia

Não é exagero dizer que Breaking the Waves ( que no Brasil chegou com o título de novela mexicana Ondas do Destino), do Lars von trier, é uma jornada rumo à tragédia. Quem conhece o diretor sabe que não se pode jamais esperar por um final feliz em seus filmes. Nem mesmo quando ele trata de um tema divino.
Bess McNeil é uma mulher instável por causa de problemas mentais - a gente logo nota na primeira cena - que vive numa cidade pequena, pacata e extremamente conservadora da Escócia nos anos 70. A história começa quando ela se casa com Jan, um dinamarquês que trabalha numa plataforma de petróleo. Ela assume diante dos homens da igreja a responsabilidade pelo significado do matrimonio também por ele, já que era estrangeiro.
Feliz com aquela nova vida cheia de novidades, Bess agradece a Deus pelo seu casamento, mas após uma crise sua, Deus - em tom autoritário - a adverte do egoísmo ao querer Jan próximo o tempo todo - ele tinha de voltar ao trabalho na plataforma por alguns dias - e que ela tinha de se comportar melhor. Mesmo assim, Bess não aguenta e pede para que o traga de volta.
Deus houve as preces de Bess e lhe devolve Jan tetraplégico (por conta de um acidente na plataforma). Bess fica desesperada pois, apesar de agora estarem juntos, não queria o marido na naquela situação instável, então Deus lhe dá a escolha de salvá-lo se provasse seu amor.
Bess aceita a proposta de Deus, mas não esperava que Jan pedisse para que fizesse sexo com outros homens e relatasse a experiência em detalhes. Para ele essa era a forma de se colocar no lugar destes homens e se sentir sexualmente ativo e vivo (vai entender!). Então Bess se lança em direção a uma dolorosa jornada - digna de histórias de santos católicos - em nome do amor e da fé. A consequência dessa essa escolha? Sua vida ir por água abaixo.
Dos filmes do Lars que já vi, na minha opinião, esse é o melhor por mostrar sua visão dura e irônica do divino, dentro de um certo extremismo cristão. Dividido em capítulos, a história cresce progressivamente e o estilo câmera na nos dá a impressão de que estamos andando ali do lado de Bess, o que torna seu sofrimento uma experiência real para o espectator - uma das sacanices no qual Lars von Trier é mestre.
A atuação INCRÍVEL da Emily Watson rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz em 1997. Em Cannes ganhou o Grande Prêmio do Júri e alguns outros prêmios.
Pra quem também quer viajar no clima bucólico com lindas paisagens do litoral...

Breaking the Waves (1996)
Diretor: Lars von Trier
Fonte: IMDB

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