segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rock´n Roll, Sexo e Islã


Ser rebelde dentro de uma sociedade conservadora no oriente médio é algo muito difícil de se lidar. O problema é que mais difícil ainda é ser aceito numa sociedade "liberal" sem ter nascido dentro dela. Esse e outros dilemas são mostrados de uma maneira tão clara e concreta no meu mais novo filme preferido, Persepolis.
Não vou eu mesmo fazer um resumo da história porque senão vou me exceder. Quando eu empolgo com um filme é assim mesmo, então aqui vai a sinopse do Making Off e depois minhas considerações:
"Teerã 1978: Marjane, de oito anos, sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduziram à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islãmica inaugura a era dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, sonha em se transformar numa revolucionária. Pouco depois, a cidade é bombardeada durante a guerra contra o Iraque. Com as restrições impostas pelo conflito e o desaparecimento rotineiro de membros da família e entes queridos, a repressão torna-se cada dia mais severa. Como o ambiente fica cada dia mais perigoso, a rebeldia de Marjane sugere um grave problema. Seus pais decidem mandá-la para a Áustria, para sua própria proteção. Em Viena, Marjane vive outras revoluções aos 14 anos: adolescência, liberdade e o peso do amor mas, além de toda a também excitação, vem também a sensação de exílio e solidão e o gosto amargo de estar à margem da sociedade."


É uma sensação legal ver pessoas da sociedade islamica diferente do que se é mostrado nos meios, é uma visão mais realista. O próprio filme é baseado numa história real. A família de Marjane e outras pessoas modernas vão a festas clandestinas e compram bebida alcoólica contrabandeada - o Regime Islâmico proibia alcool. São comportamentos que os aproximam da sociedade do ocidente mas quando Marjane vai pra Viena aquela liberdade que tanto buscava havia custado caro: a sensação de estar sozinha e incompreendida além de tudo aquilo não ter o mesmo valor que em sua sociedade.
A animação em preto e branco impecável ajudam a deixar as coisas mais obscuras. Uma pena o filme ter perdido o Oscar pra um desenho infantil. Persepolis é uma obra prima muito inteligente e eu quero ver de novo o quanto antes. Última consideração: anos 80 *-*
Persepolis (2007)
Gênero: Animação, Comédia, Drama
Diretor: Vincent Parannaud, Marjane Strapi
País: França
Fonte: Making Off

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