sexta-feira, 22 de maio de 2009

Uncult is cool



Bem, eu tenho bastante tempo livre desde uns dois anos atrás - não vou ficar citando meus fracassos pessoais aqui hahaha! - e agora eu resolvi aproveitar pra conhecer melhor as coisas que eu gosto de assistir.
Muita gente tem mania de citar diretores, dizem que eles são um máximo mas não viu mais de um ou dois filmes do mesmo. Eu já fiz isso algumas mas essa fase cool passou. É muito fácil encontrar fulano citando Fellini, Nouvelle Vague, Expressionismo Alemão, Nietzsche, Woody Allen (...) e na verdade nem gosta ou não entende...
Pra não dizer que eu sou fake, tudo que cito eu gosto e eu não gosto de grande parte dos clássicos - na verdade não tenho muita paciência pra ver, existem coisas muito cansativas no cinema e os clássicos são uma delas - e não gosto de filosofias complexas. Porque dizer que aquilo é mais profundo do que isso, ou que isso tem mais conteúdo do que aquilo? Tudo tem seu proveito, nem que seja pra divertir, tipo funk proibidão!
É, eu gosto de filosofia barata, filosofia high school, coisa e tal desde que seja bem feita e sim, existe muita gente que sabe fazer a coisa bem feita. Vejamos a escola de cinema austríaca com seu olhar "indecente" sobre temas como violência, tensão e sexo com grandes nomes como Haneke e Spielmann. Ou a escola subversiva e ousada de Labruce, John Cameron Mitchell. Outros chocantes em grau um pouco menor como Gus Van Sant, Gregg Araki, Bertolucci. Ainda tem as comédias de humor negro de Almodóvar.
Em controvérsia nem é preciso parar e pensar muito que isso é o "novo clássico", porém, o público tá ficando cada vez mais difícil de se impressionar com essas fórmulas. É bem provável que esse "cinema que choca" daqui uns tempos não choque mais. Um bom exemplo é Funny Games de 1998 e o Funny Games de 2007. Haneke aceitou fazer uma versão americana da sua obra prima com a condição de que pudesse filmar todas as cenas. Olha que esse é um filme em que muita gente não consegue terminar, ou então faz pausas enquanto assiste pra digerir melhor. Porém já li gente dizendo que o público não se surpreende mais tanto assim. Não deve ser bem assim, afinal, não é todo mundo que tem estômago de ferro e sangue de barata mas as coisas estão caminhando lentamente por aí. As fórmulas vão mudando e novos clássicos vão surgindo.

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